O Jaguar, a Schizzibook e um papo sobre Conhecer seu Público

Home Gestão de Tráfego HD.M ECO Portfólio Blog HD.M Home Gestão de Tráfego HD.M ECO Portfólio Blog HD.M Case Collab HD.M O Jaguar, a Schizzibook e um papo sobre Conhecer seu Público O que uma papelaria criativa 100% brasileira tem a ensinar para uma das marcas mais antigas de carros da história.  Tempo de leitura: 15 minutos O polêmico rebranding da Jaguar No final de 2024 a Jaguar revelou (e chocou) ao mundo seu rebranding completo. A marca inglesa de 90 anos deixou tudo para trás, exceto seu tradicional felino (usado em casos muito específicos agora) e adotou uma postura, no mínimo, ousada em direção a “tempos mais modernos”.  Motivados pelo lema “Copy nothing” (“Copie nada”, em tradução livre) a empresa trouxe uma nova logomarca, uma nova paleta de cores e um novo conceito de carro que abraça uma estética mais futurista e menos clássica como antes. Seu lançamento aconteceu na Miami’s Art Week, denunciando o que a marca espera para sua nova empreitada no mundo dos carros elétricos (agora), alto luxo automobilístico e claro, o público que ela espera atingir.  Repercussão Há quem tenha dito que a empresa foi ousada, há quem diga que ela foi Woke demais e há quem diga que ela não inovou em nada, apenas reciclou uma fórmula já apresentada em outras campanhas de outras marcas. Seja como for, uma coisa que essa campanha teve foi repercussão.  A marca, que estava em declínio de vendas desde 2018 (melhor ano de vendas da sua história – 181.329 unidade vendidas, fonte: Meio&Mensagem) tinha uma performance digital “mediana” quando pensamos no mercado de alto luxo automobilístico: 1 – 2 Milhões de acessos mensais (Aston Martin, por exemplo, tem 3,2 mm) e; 334.000 visualizações em todos os seus vídeos em 2023.   Após a campanha “Copy Nothing” os números se tornaram muito mais interessantes:  O site está gerando cerca de 12 milhões de visitas mensais e; O anúncio, nos 6 primeiros dias, 160 milhões de visualizações, sozinho, nas redes sociais.   (Fonte de todos os dados: https://simporter.com/jaguar/ – Link em inglês) Afinal, com quem a Jaguar quer falar? Se você perguntar para qualquer executivo de Marketing da marca eles falarão:“Estamos atrás de uma audiência mais jovem, mais rica, focada no design, ávida por compras mas com pouco tempo à disposição.” Enquanto isso, eles esperam que apenas 10% a 15%, da sua audiência “original” de fato fique com a marca.  POSICIONAMENTO Sobre o posicionamento, o “clássico britânico” em moldes que criam uma outra versão de James Bond  vai ficar no passado, agora ele dará lugar ao exuberante, moderno e atraente. Tal posicionamento é marcado pela “Fearless Creativity” (“Criatividade sem medo”, em tradução livre) que a marca quer trazer para si pautada no lema do fundador da marca “a copy of nothing” (“Uma cópia de Nada”, em tradução livre). E tudo isso se refletirá em COMO a marca vai vender seus carros desta empreitada de carros elétricos. Agora, serão 20 lojas espalhadas por todo Reino Unido e apenas uma programada para estrear em Paris em 2025. Todas irão misturar o carro com galeria de arte e alta culinária.  Um detalhe: A marca não produzirá NENHUM carro em 2025, apenas em 2026 as primeiras unidades, produzidas em larga escala, chegarão nas mãos de seus primeiros donos.  Mas afinal…Dará certo? É muito difícil dizer se esta jogada, no mínimo ousada, dará certo. Mas já que no mundo de hoje precisamos tomar um partido, sou da linha de pensamento de que “Não, não irá funcionar.” – pelo menos por enquanto. Porém, tem salvação. Mais para frente exploraremos… Existem três motivos para acreditar que este movimento não dará certo:  1. Luxo “pero no mucho”: Alguns dos componentes essenciais das marcas que se propõe a serem de Alto padrão, ou alto luxo são: Escassez e; Não falar que você é uma marca de luxo. Se de um lado a escassez gera DESEJO das pessoas pela marca e, a Jaguar promete produzir suas unidades em larga escala em 2026, não há a escassez proposta pelas marcas de luxo.  Além disso, a marca está constantemente reafirmando que é de Luxo, que está se posicionando para esse público e que quer aumentar o luxo que já tinha.  Não há uma marca, verdadeiramente de luxo, que precise afirmar que é de luxo. Seu posicionamento é intrínseco, é notável pelos detalhes, não há necessidade, nem desejo da marca, de afirmar o que ela faz. Você nunca verá uma propaganda da Hermès falando: “Esta é nossa nova coleção, feita para quem gosta de luxo”, por exemplo… 2. O ser Humano gosta de poupar energia: Em diversos livros como “O Animal Social”, “Story Brand”, “Sapiens”, “Marketing 5.0”, entre outros, é comum falarem que o ser Humano é um animal que gosta de poupar energia, busca a eficiência e está sempre progredindo em busca de facilitar sua vida e adquirir recursos.  O mesmo vale para perceber marcas, conceitos, objetivos, mensagens e tudo que cerca o marketing. A Jaguar deixou muita gente confusa, muita gente tentando entender esse movimento e principalmente muita gente se perguntando se o novo Jaguar era realmente para elas ou não.  Em um mundo em que somos constantemente bombardeados por informações, conteúdos, reels, posts, tiktoks de marcas e influenciadores, uma comunicação sem ruídos, eficiente, focal e segmentada, ajuda no processo de entendimento da população. 3. Destruir sua base para conquistar outros lugares: A jogada da Jaguar é arriscada em todos os sentidos. Inclusive quando ela decide fazer esse rebranding sabendo que estaria sacrificando de 85% a 90% da sua base de compradores. Imagine você, mudando 100% da sua empresa, enquanto simplesmente abandona 90% das pessoas que garantem a sua receita. É um movimento, no mínimo, imprudente. Certo? É isso que a Jaguar está colocando em jogo aqui. Está reestruturando todos os seus carros, linhas de produção, pontos de venda, público, mensagens, posicionamento, segmentos e muito mais. Sem contar com 90% da sua receita. Em algum momento o arrependimento poderá bater.  A Schizzibooks e o que ela pode ensinar para a